quarta-feira, 23 de maio de 2012

Estiagem anula produção agrícola no sertão potiguar

Sem água, sem roçado. Assim está vivendo o homem do campo no semiárido potiguar. Este ano, as áreas cultiváveis do Rio Grande do Norte encolheram em 79,9% e a produção de grãos em relação às principais culturas – feijão, milho, sorgo, algodão, arroz, mandioca e mamona – pode ser 91,8% menor. Ou seja, a colheita se resume a 8,2% da safra de 2011, segundo dados do 8º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Sem água, sem roçado. Assim está vivendo o homem do campo no semiárido potiguar. Este ano, as áreas cultiváveis do Rio Grande do Norte encolheram em 79,9% e a produção de grãos em relação às principais culturas – feijão, milho, sorgo, algodão, arroz, mandioca e mamona – pode ser 91,8% menor. Ou seja, a colheita se resume a 8,2% da safra de 2011, segundo dados do 8º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os dados, levantados entre os dias 23 e 26 de abril, mostram que do total de 157,2 mil hectares cultiváveis, apenas 31,6 mil foram plantados em todo o Estado. O relatório da Conab alerta para a tendência de agravamento da situação, devido à permanente escassez de chuvas. Com a estiagem, os plantios ainda existentes estão se desenvolvendo com dificuldades.

Nos onze municípios percorridos pela equipe da TRIBUNA DO NORTE, do Agreste ao Oeste potiguar, os agricultores que arriscaram plantar perderam tudo. O clima seco queimou os plantios. No assentamento Acauã, zona rural de Santana do Matos, quarenta assentados mantêm plantio em 14O hectares de terra (cada um tem 3,5 hectares). Plantam mandioca, feijão, pinha e possuem cultivo de cajueiro (comum e precoce).

A única cultura proveitosa é a do cajueiro precoce. Mesmo na estiagem, a plantação ainda rende 15 caixas de caju, por mês. É o que sustenta as famílias. Já as plantações de mandioca, feijão e milho feitas em fevereiro não ‘vingaram’. A secura toma conta dos campos de feijão e mandioca. As vagens de feijão estão queimadas; a mandioca não cresceu. “Quando a gente tira, ela está fofa por dentro”, comentou o Juliano Soares de Lima, 37, que é tesoureiro da Associação dos Assentados da Serra do Acauã.

No Rio Grande do Norte, as áreas plantadas, segundo a Conab, correspondem a pouco mais de 20% da área cultivável. Nos municípios cortados por barragens, como São Paulo do Potengi e São Rafael, ou com grandes mananciais, como Caicó, as vazantes são a única alternativa de plantio. Mesmo assim, não há quem tenha muita esperança de boa semeadura.

Margareth Grilo – repórter especial/TNonline

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